Sexta é dia de shabbat. Bons judeus que são, os Waldman celebram a data comme il faut: param de trabalhar antes do anoitecer, vão à sinagoga e depois celebram o seder - jantar cerimonial - em casa. O seder de Arthur segue o padrão, exceto por uma peculiaridade: quem fizer piada tem que pagar uma multa. Multa mesmo, dinheiro, bufunfa, o vil metal. O infrator deve depositar um dólar no cofrinho que fica na cozinha. Com o tempo descobri que não precisa ser, necessariamente, uma piada picante. Basta um comentário jocoso para Arthur acionar o suíno arrecadador . Ah, esqueci de dizer: o cofre é um tradicional porquinho de porcelana.
Não pude deixar de notar a ironia do seder ser fiscalizado por um porco, animal cuja carne é terminantemente proibida aos judeus. Meu erro foi fazê-lo justamente durante o shabbat, o que me rendeu uma multa instantânea. Em todos shabbats da época em que morei lá, fui punido pela intolerante política anti-humor de Arthur, e o porquinho era meu assunto predileto e irresistível. Perguntei se ele era circuncidado, sugeri que fosse retirado da cozinha para não contaminar a comida e outras tantos chistes. Me custou uma fortuna, o maldito. Nesta última visita, não me contive e perguntei se a gigantesca televisão de plasma na sala tinha sido comprada com os dólares dos meus inúmeros depósitos compulsórios. Arthur, num arroubo de generosidade, se fez de desentendido e não tarifou o gracejo. Mas seu olhar fulminante e sorriso com os dentes rilhando garantiam que na próxima feita não seria tão magnânimo.
Antes do jantar, como já disse, fomos à sinagoga. A religiosidade do americano se contrapõe à sua fama de individualista. Crêr em Deus é sim uma coisa pessoal, particular. Mas religião é coisa comunitária. Precisa-se de um grupo, em geral dividido entre membros do clero e fiéis. No caso judaico, a figura do rabino não é exatamente eclesiástica, não detém canal direto com Deus nem os direitos exclusivos de comandar as orações, aplicar penitências e vender indulgências. Seria mais um juiz: seu papel principal é interpretar a Torah – a Bíblia e o Talmud – livro de leis e assim mediar os eventuais conflitos na comunidade.
O rabino de Portland se comportava mais como membro do legislativo do que do judiciário. Parecia deputado, ou candidato à tal, pelo PCdoB. Ou melhor: pelo PSOL. Como se estivesse em praça pública, sobre um caixote de laranja e diante da massa, bradou contra os descaminhos da política americana, a corrupção e o jogo de interesses. Não falou mal do capitalismo, é claro, afinal estávamos nos EUA e mais, numa sinagoga. Mas conclamou todos a terem consciência nos atos, ética nas relações e postura mais combativa. Depois do sermão fomos apresentados. Ao me saber brasileiro, mudou de legenda e converteu-se ao PV. Num clima paz e amor, falou de sua adoração por Caetano Veloso:
-“É mesmo?!” – disse, surpreso pela escolha de um artista além do samba e da bossa-nova – “Alguma música em especial?”
- “Ah, minha preferida é Leãozinho!” e cantarolou um pedaço, comprovando sua propriedade sobre o tema. PV, sem dúvida.
Lembrei-me de Don, o missionário de Lancaster que gostava de Raul Seixas e cantava “quem não tem colírio, usa óculos escuros” sem saber que Raulzito falava de coisas do Capeta. Não desiludi Don, mas achei que o rabino merecia a verdade: - “Não sei se você sabe mas ele compôs essa música para um sujeito, o Dadi, seu contra-baixista na época. Quer dizer...”
- “Claro, eu sei. É uma música com conotação homoerótica” respondeu com um sorriso condescendente.
Fiquei com cara de tacho. Para contornar a situação e apagar minha imagem de preconceituoso me ofereci para copiar um CD do bom baiano, que trouxera comigo na viagem.
- “Obrigado” - recusou - “Isso é pirataria, não posso aceitar.” Desejou-me boa viagem e foi falar com seu rebanho, deixando-me ali, reduzido à minha insignificância, me sentindo Democratas, ou pior, Arena dos pés à cabeça.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Ex-cola
Visitar o passado pode ser perigoso. É, como diria Nelson Rodrigues, uma janela para o infinito. Reencontrar uma antiga paixão de infância e descobrir que ficou gorda e feia, por exemplo, é uma catástrofe. Não há como dissociar a musa de outrora do bucho atual. Mata-se assim uma lembrança inestimável. Comigo aconteceu o contrário: reencontrei uma pequena que, na infância, quis ser minha namoradinha e foi sumariamente rechaçada. Era magricela, dentuça e usava óculos. E, diziam as más línguas, deixava-se “sarrar” pelos meninos no banco de trás do ônibus escolar. Dez anos depois encontrei a fulana na praia. Tinha se tornado um monumento, de causar afogamentos e quedas de ultra-leves. Não pude perdoar meu desdém infantil. Hoje passados outros vinte anos torço para encontrá-la novamente, re-enfeiada a contento.
Foi com medo de estragar as ternas lembranças de outrora que levei Cássia para conhecer Portland High School, a escola municipal que frequentei. Havia pasado por uma reforma geral mas mantinha seu estilo Bauhaus, isto é, continuava parecendo uma caixa de sapatos. As portas, que viviam abertas em 1985, agora estavam todas trancadas. Depois dos 11/9 só alunos, funcionários e visitantes autorizados podiam entrar. Miss Ponko nos recebeu à porta e fez um tour para mostrar as mudanças. No passado o nível das instalações já me surprendiam. Eu vinha de uma escola, também pública, no Brasil e o prédio - que de manhã era escola federal, à tarde estadual e à noite municipal – parecia saído do bombardeio de Dresden. Era um cortiço acadêmico. Só não tinha ratos e baratas porque os bichos temiam por sua integridade física num ambiente tão inóspito. Portland High por sua vez, era bem conservada, limpa, impecável.
Mais que a limpeza, impressionava pela aparelhagem. Fora os laboratórios completos de física, química e biologia, tinha também furadeiras, serras, tornos, elevadores hidráulicos, fornos industriais, o diabo. Por que tudo isso? Porque o ensino não se restringe à matemática, história e outras matérias que fazem parte de qualquer currículo. A escola oferece cursos profissionalizantes de marcenaria, metalurgia, mecânica automobilística, culinária e até as mais prosaicas administração do lar e corte e costura. Uma educação holística, verdadeiro ensino lato sensu. O colegial não prepara apenas para a faculdade, nem todo aluno tem aptidão, paciência ou mesmo vontade de perseguir uma formação universitária. Dão-se por satisfeitos com as profissões mais prosaicas, que dispensam ensino superior. Uma escola democrática tem que pensar neles também. Até porque, como diz o Jacó da piada, se todos entrarem na faculdade “quem vai ficar tomando conta do lojinha?”
Recentemente surgiram novos cursos, adaptados às modernidades: microeletrônica, tecnologia da informação, cuidado de bebês. Cuidar de bebês não é exatamente uma tarefa moderna, mas a julgar pela epidemia de gravidez adolescente que se espalhou pela América, faz-se necessário (ou talvez esteja até servindo de estímulo para a prenhez precoce...). Os equipamentos continuam sendo estado-da-arte. De primeira também é o novo auditório, uma sala com sonorização e iluminação profissional, acústica impecável e assentos confortabilíssimos como colo de avó.
Mesmo com todas as inovações, benfeitorias e upgrades, Miss Ponko estava melancólica, macambúzia. Falava dos seus pupilos com desesperança e resignação. Achava que muito foi investido não porque era necessário e sim para atender às vontades dos adolescentes cada vez mais mimados. “Se não colocarmos computadores, projetarmos filmes e fizermos atividades lúdicas, ninguém presta atenção nas aulas”, choramingou. Mais do que isso, lamentava a morte das vocações e dos ideais juvenis. “Hoje o aluno não sonha com uma profissão. Para escolher o futuro, querem saber que carreira paga mais”. Com jovens desses, não é de se espantar que Ponko nunca se interessou em procriar, ficando para Miss.
Foi com medo de estragar as ternas lembranças de outrora que levei Cássia para conhecer Portland High School, a escola municipal que frequentei. Havia pasado por uma reforma geral mas mantinha seu estilo Bauhaus, isto é, continuava parecendo uma caixa de sapatos. As portas, que viviam abertas em 1985, agora estavam todas trancadas. Depois dos 11/9 só alunos, funcionários e visitantes autorizados podiam entrar. Miss Ponko nos recebeu à porta e fez um tour para mostrar as mudanças. No passado o nível das instalações já me surprendiam. Eu vinha de uma escola, também pública, no Brasil e o prédio - que de manhã era escola federal, à tarde estadual e à noite municipal – parecia saído do bombardeio de Dresden. Era um cortiço acadêmico. Só não tinha ratos e baratas porque os bichos temiam por sua integridade física num ambiente tão inóspito. Portland High por sua vez, era bem conservada, limpa, impecável.
Mais que a limpeza, impressionava pela aparelhagem. Fora os laboratórios completos de física, química e biologia, tinha também furadeiras, serras, tornos, elevadores hidráulicos, fornos industriais, o diabo. Por que tudo isso? Porque o ensino não se restringe à matemática, história e outras matérias que fazem parte de qualquer currículo. A escola oferece cursos profissionalizantes de marcenaria, metalurgia, mecânica automobilística, culinária e até as mais prosaicas administração do lar e corte e costura. Uma educação holística, verdadeiro ensino lato sensu. O colegial não prepara apenas para a faculdade, nem todo aluno tem aptidão, paciência ou mesmo vontade de perseguir uma formação universitária. Dão-se por satisfeitos com as profissões mais prosaicas, que dispensam ensino superior. Uma escola democrática tem que pensar neles também. Até porque, como diz o Jacó da piada, se todos entrarem na faculdade “quem vai ficar tomando conta do lojinha?”
Recentemente surgiram novos cursos, adaptados às modernidades: microeletrônica, tecnologia da informação, cuidado de bebês. Cuidar de bebês não é exatamente uma tarefa moderna, mas a julgar pela epidemia de gravidez adolescente que se espalhou pela América, faz-se necessário (ou talvez esteja até servindo de estímulo para a prenhez precoce...). Os equipamentos continuam sendo estado-da-arte. De primeira também é o novo auditório, uma sala com sonorização e iluminação profissional, acústica impecável e assentos confortabilíssimos como colo de avó.
Mesmo com todas as inovações, benfeitorias e upgrades, Miss Ponko estava melancólica, macambúzia. Falava dos seus pupilos com desesperança e resignação. Achava que muito foi investido não porque era necessário e sim para atender às vontades dos adolescentes cada vez mais mimados. “Se não colocarmos computadores, projetarmos filmes e fizermos atividades lúdicas, ninguém presta atenção nas aulas”, choramingou. Mais do que isso, lamentava a morte das vocações e dos ideais juvenis. “Hoje o aluno não sonha com uma profissão. Para escolher o futuro, querem saber que carreira paga mais”. Com jovens desses, não é de se espantar que Ponko nunca se interessou em procriar, ficando para Miss.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
In God We Trust
Ainda estava claro quando nos sentamos à mesa, na América janta-se com as galinhas. Arthur, o tio, pediu silêncio. Quando Arthur pede alguma coisa, sempre o faz num tom impaciente, como se estivesse repetindo pela enésima vez; uma vez atendido, seu obrigado vem acompanhado de um suspiro profundo e um sorriso esgarçado que diz “já não era sem tempo”. Silêncio feito, comandou uma prece.
No Brasil, não se reza mais às refeições. Se rezam, o fazem escondido das visitas. Não lembro de ter frequentado mais que duas ou três mesas onde se agradece à Deus pelo pão de cada dia. A impressão é que se tornou coisa do passado, démode. Nos EUA, por outro lado, os dois lares que visitamos eram ambos desavergonhadamente pios. O primeiro, vá lá, casa de missionários. Mas os Waldman são um casal laico, sem grandes aspirações religiosas. E não estão sozinhos: pesquisa recente constatou que 64% dos americanos agradecem ao Altíssimo pelo prato de comida, mesmo que feito pela Phyllis. 70% acreditam que o Paraíso existe e 73% crêem em milagres. Em contrapartida apenas 34% acreditam em extra-terrestres e 25% em astrologia. Deus ainda é pop.
Com o Senhor devidamente reverenciado, pudemos nos engajar em assuntos mundanos. Diante de entes queridos poderia tocar nos pontos sensíveis sem precisar pisar em ovos. Primeiro foi a guerra no Iraque. Arthur, representando o grande rebanho americano, a “maioria silenciosa”, já não concordava mais com a guerra, mas ostentava no carro um adesivo de apoio às tropas. “Queremos que nosso garotos façam um bom trabalho e voltem seguros para casa” repetia a cantilhena nacional. Os americanos vivem um dilema ético: o fim de Saddam Houssein satisfez sua necessidade íntima de fazer justiça e punir malfeitores, onde quer que estejam. Mas o pudor diante dos estragos da guerra os impede de usar sua avassaladora superioridade bélica e resolver o conflito de uma vez. Querem fazer o omelete sem quebrar muitos ovos. Não funciona. Como dizia o Duke de Wellington, grandes países não podem se dar o luxo de fazer pequenas guerras. O Vietnã não lhe deixa mentir.
Segundo assunto: aquecimento global. Arthur - um sujeito esclarecido, médico e ávido consumidor de notícias – acha que há um grande exagero na visão apocalíptica em voga. Crê na existência de lobbies que defendem interesses particulares, e não gerais. Ainda mais quando Al Gore, não só um político mas potencial candidato à presidência, empunha a bandeira. Há algo de podre no ar, e não é só o próprio...Se as mudanças climáticas lhes parecem exagero, ainda mais complicado é criticar sua fonte, a sociedade do consumo e do desperdício. A mente do americano funciona sob a lei dos mercado: se algo está escasseando na natureza vai aumentar de preço. Simples assim. Então por que se preocupar com as luzes acesas o dia inteiro e a água limpa jorrando impunemente das torneiras, se tudo custa pouco e nunca falta? Por que deixar de ter carros poderosos e beberrões, se eles são baratos, se a gasolina é barata, se até mendigos conseguem ter seu “possante”? O que atrapalha o americano é seu próprio sucesso, sua própria riqueza e convenhamos: difícil fazer auto-crítica um povo que, em dois séculos, passou de colônia para maior e mais abastada nação do planeta. A última geração que passou por dificuldades foi a da Grande Depressão, nos anos 30, e infelizmente não sobrou ninguém para alertar aos descendentes que o que vem fácil, vai fácil, mas a recíproca não é verdadeira.
Quanto à refeição, não sei se foi o vinho que enterneceu minhas papilas gustativas ou se foram os bandejões e quilos da vida que endureceram meu paladar. Só sei que o jantar estava honesto. Confesso que até cobiçei mais uma porção do filé de frango ao molho desconhecido, mas desisiti. Seguro morreu de velho. Para fechar com chave de ouro, Phyllis providenciou um vistoso bolo de chocolate. Orgulhosa contou ter procurado a tradução de "Welcome" e, em nossa homenagem, escreveu “Dar as Boas Vindas” sobre a cobertura de marshmallow. Quando cheguei lá em 1985, perto do meu aniversário, também fui recebido com um bolo, daquela vez inscrito “Feliz Data de Nascimento”. Na minha próxima visita aos Waldmans, já sei que presente vou levar.
No Brasil, não se reza mais às refeições. Se rezam, o fazem escondido das visitas. Não lembro de ter frequentado mais que duas ou três mesas onde se agradece à Deus pelo pão de cada dia. A impressão é que se tornou coisa do passado, démode. Nos EUA, por outro lado, os dois lares que visitamos eram ambos desavergonhadamente pios. O primeiro, vá lá, casa de missionários. Mas os Waldman são um casal laico, sem grandes aspirações religiosas. E não estão sozinhos: pesquisa recente constatou que 64% dos americanos agradecem ao Altíssimo pelo prato de comida, mesmo que feito pela Phyllis. 70% acreditam que o Paraíso existe e 73% crêem em milagres. Em contrapartida apenas 34% acreditam em extra-terrestres e 25% em astrologia. Deus ainda é pop.
Com o Senhor devidamente reverenciado, pudemos nos engajar em assuntos mundanos. Diante de entes queridos poderia tocar nos pontos sensíveis sem precisar pisar em ovos. Primeiro foi a guerra no Iraque. Arthur, representando o grande rebanho americano, a “maioria silenciosa”, já não concordava mais com a guerra, mas ostentava no carro um adesivo de apoio às tropas. “Queremos que nosso garotos façam um bom trabalho e voltem seguros para casa” repetia a cantilhena nacional. Os americanos vivem um dilema ético: o fim de Saddam Houssein satisfez sua necessidade íntima de fazer justiça e punir malfeitores, onde quer que estejam. Mas o pudor diante dos estragos da guerra os impede de usar sua avassaladora superioridade bélica e resolver o conflito de uma vez. Querem fazer o omelete sem quebrar muitos ovos. Não funciona. Como dizia o Duke de Wellington, grandes países não podem se dar o luxo de fazer pequenas guerras. O Vietnã não lhe deixa mentir.
Segundo assunto: aquecimento global. Arthur - um sujeito esclarecido, médico e ávido consumidor de notícias – acha que há um grande exagero na visão apocalíptica em voga. Crê na existência de lobbies que defendem interesses particulares, e não gerais. Ainda mais quando Al Gore, não só um político mas potencial candidato à presidência, empunha a bandeira. Há algo de podre no ar, e não é só o próprio...Se as mudanças climáticas lhes parecem exagero, ainda mais complicado é criticar sua fonte, a sociedade do consumo e do desperdício. A mente do americano funciona sob a lei dos mercado: se algo está escasseando na natureza vai aumentar de preço. Simples assim. Então por que se preocupar com as luzes acesas o dia inteiro e a água limpa jorrando impunemente das torneiras, se tudo custa pouco e nunca falta? Por que deixar de ter carros poderosos e beberrões, se eles são baratos, se a gasolina é barata, se até mendigos conseguem ter seu “possante”? O que atrapalha o americano é seu próprio sucesso, sua própria riqueza e convenhamos: difícil fazer auto-crítica um povo que, em dois séculos, passou de colônia para maior e mais abastada nação do planeta. A última geração que passou por dificuldades foi a da Grande Depressão, nos anos 30, e infelizmente não sobrou ninguém para alertar aos descendentes que o que vem fácil, vai fácil, mas a recíproca não é verdadeira.
Quanto à refeição, não sei se foi o vinho que enterneceu minhas papilas gustativas ou se foram os bandejões e quilos da vida que endureceram meu paladar. Só sei que o jantar estava honesto. Confesso que até cobiçei mais uma porção do filé de frango ao molho desconhecido, mas desisiti. Seguro morreu de velho. Para fechar com chave de ouro, Phyllis providenciou um vistoso bolo de chocolate. Orgulhosa contou ter procurado a tradução de "Welcome" e, em nossa homenagem, escreveu “Dar as Boas Vindas” sobre a cobertura de marshmallow. Quando cheguei lá em 1985, perto do meu aniversário, também fui recebido com um bolo, daquela vez inscrito “Feliz Data de Nascimento”. Na minha próxima visita aos Waldmans, já sei que presente vou levar.
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