Em plena segunda feira, só havia alguns turistas de férias e aposentados. Muitos, centenas de velhinhos. Hordas de senhoras de cabelo lilás e senhores de andar vacilante. Velhinhos de todos estados. Alguns até em estado inicial de decomposição.
Falando assim parece que tenho algo contra idosos. Nada mais longe da verdade. Só não gosto de viajar em avião cheio deles. Vai que chegou a hora da maioria? A Morte resolve fazer um rapa para economizar tempo e quem estiver no mesmo vôo acaba fazendo parte da excursão para o além.
Os velhinhos de Atlantic City não querem nem saber disso e passam o dia enfurnados nos cassinos. Jogam sem medo do amanhã. Mas não parecem se divertir muito, perdem e ganham com a o mesmo ar anestesiado, com a mesma resignação bovina. Obviamente perdem muito mais do que ganham. Afinal o cassino precisa pagar também precisa pagar suas contas e remunerar os acionistas. Mas ao contrário dos mais jovens, que realmente acreditam poder resolver sua vida numa mesa de poquer, os coroas parecem que jogam para perder. Mais ou menos como torcer para o Botafogo, uma coisa beirando o masoquismo. Uma senhorinha nos perguntou no elevador quanto havíamos perdido. “Desde que chegamos, 20 dólares” respondi com uma ponta de mau-humor. Ela olhou com um ar de total desprezo e disse “Só isso? Hoje já perdi mais de 500!” Isso porque ainda estávamos descendo para tomar o café da manhã! Até o final do dia essa frágil senhora já teria torrado as mensalidades da faculdade de um dos netos. Velha desalmada.
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