Filadelfia é a cidade que podia ter sido e não foi. Berço da Declaração de Independência e da Constituição, acabou perdendo para a recém criada Washington a honra de ser a capital da nova república. Chegou a ser a maior cidade da América do Norte, mas a vizinha Nova York tomou-lhe o posto. Isso sem contar o ressentimento por Benjamin Franklin, personagem símbolo da cidade e um dos pais da nação, que apesar de seu papel de destaque não chegou a ser presidente. Por tudo isso a cidade acabou ficando meio ruim das idéias.
O centro da cidade tem arranha-céus e edifícios com fachadas imponentes, mas localizados em ruas com nomes provincianos, como Walnut e Chestnut. Os carros trafegam impacientes, buzinando em congestionamentos de apenas 3 quadras. E apesar da atmosfera cosmopolita, ainda cultiva hábitos tacanhos. No centro antigo – área que está sendo revitalizada pelo turismo – a quase totalidade dos restaurantes fecha às 9 da noite. Num deles, um bistrô com ares modernos, chegamos às 8 e meia e pedimos uma mesa. O gerente falou que não sabia se seria possível, dado o avançar das horas, e foi consultar o dono. O sujeito reagiu indignadamente, como se eu tivesse sugerido algo beirando o pornográfico. Coisa que eu deveria ter feito em resposta.
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