sábado, 26 de maio de 2007

São Sylvester


Do jeito que eu descrevo, Filadelfia parece dispensável para o viajante. Confesso que me deixei influenciar pelos desafetos, como W.C. Fields, que nasceu lá e queria escrito na lápide de sua última morada “Melhor Aqui do que na Filadélfia”. Mas não é bem assim. A cidade tem seu méritos. O pedágio, por exemplo, é pago só para entrar e não para sair da cidade.
E tem mais: o Museu de Arte da Filadélfia, por exemplo, é fantástico. Parece uma versão compacta do Metropolitan de Nova York, inclusive com as armaduras medievais, esfinges egípcias e outras seções que tornam o “Met” tão completo. Ser menor acaba sendo uma virtude pois permite que se veja o museu inteiro em um só dia, sem ter que apertar o passo e olhar as obras de relance.


No entanto, o museu tem uma coisa perturbadora. Junto às suas escadarias encontra-se uma estátua em bronze do Rocky, o lutador, impávida tal qual um monumento equestre. Com direito até aos mais honrosos cocôs de passarinhos.


Tudo bem que a cultura pop seja uma das principais contribuições americanas ao patrimônio humano e que talvez o cinema a represente como nenhuma outra manifestação artística. Mas de tantos personagens marcantes, é de se espantar que nenhum outro pudesse representar a cidade e ser motivo de orgulho além do senhor Balboa. Se Rocky é o guardião do Museu de Arte da Filadélfia, nada mais natural que Conan, o Bárbaro, seja o governador da Califórnia...

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