sexta-feira, 11 de maio de 2007

Jeitinho Brasileiro

Apesar de toda carga rural e religiosidade anacrônica, a cidade de Lancaster tem competência urbana. Bons restaurantes de cozinha internaconal, bares animados e charmosos cafés. Uma universidade e onze faculdades (duas de cosmetologia, curiosamente), trazem o vigor e a agitação juvenil necessários e graças a isso foi possível tomar cerveja na cidade sem parecer um devasso fora da lei.

Um dos edifícios históricos mais importantes é o Mercado Central, que diariamente reúne a miríade de pequenos produtores rurais – Amish inclusos – oferecendo seus produtos frescos. No sábado nos juntamos aos moradores e outros turistas para fazer nosso brunch no mercadão. Chegamos nos finalmentes e muita coisa começava a rarear. Uma das bancas vendia bagel com cream cheese. Pedi dois mas a atendente disse que o bagel havia acabado. Perguntei então se ela poderia passar o queijo em outro pão. Ela me olhou como se eu tivesse pedindo algo sofisticado “Se você comprar o outro pão, acho que sim”. Escolhi o sourdough, pão de massa azeda que aqui é onipresente e eu adoro. Enquanto ela passava, sua colega de banca perguntou o que era aquilo. “Este simpático rapaz brasileiro teve a idéia de passar o cream cheese em outro pão, já que o bagel acabou. Não é uma idéia brilhante?”
- Claro! - disse a outra. - Podemos até oferecer para outros clientes!
- É mesmo!
- Alto lá – tive que interromper a redescoberta da América – vocês podem vender sim, desde que chamem isso de Pão Brasileiro, já que a idéia foi minha.

Elas toparam. Minha mãe tinha razão: eu sou mesmo um gênio.

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