No segundo dia, conformados com nosso destino, fomos passear de carro e conhecer as mansões que margeiam seu extenso e recortado litoral. Enquanto degustávamos o momento People and Arts, vislumbramos uma torre gótica que se destacava no horizonte, imponente no topo de um morro. Não poderia ser um castelo medieval, mas nada impedia que fosse um mosteiro ou coisa que o valha. História - ou pelo menos uma boa história – salvaria o dia.
A tal torre era de uma capela episcopal, que por sua vez pertence à uma escola particular. St. George é um colégio interno para os ricos e famosos, do tipo em que os alunos usam paletó e gravata. O ensino até que é esmerado, as turmas são de no máximo 12 alunos (portanto, nada de turma do fundão!) e as aulas são ministradas usando o método Harkness, que estimula as discussões entre alunos e professores. Mas a escola é famosa pelo sítio onde está instalada: 123 acres de gramado impecavelmente verde com vista para três praias e praticamente toda a baía de Sachuest. Pela bagatela de quarenta mil dólares anuais você pode mandar seu pimpolho para lá.
Entramos na escola sem nenhuma identificação. Era dia de jogo, muitos pais estavam nas torcidas, facilitando nossa invasão. Os alunos estavam espalhados por todo campus, engajados em diferentes esportes. Nas aulas de educação física da minha infância jogávamos apenas futebol, basquete, vôlei. O mais próximo que chegávamos do atletismo era brincando de pique, no recreio. Em St. Georges a petizada joga beisebol, hóquei, lança dardo, martelo, salto em altura - com e sem vara! -, correm com obstáculos e o que mais puder gerar medalhas olímpicas algum dia.
A atração do dia eram as partidas intercolegiais de lacrosse, um esporte que lembra o handebol, mas que a bola, pequena, é lançada por meio de um bastão com uma rede na ponta. Muito popular por conta do alto grau de truculência, bastante contato físico e inevitáveis raquetadas desferidas na cabeça do adversário. Para os americanos, quanto mais romano o esporte, melhor. Eram dois jogos simultâneos, o da equipe varsity – com o supra sumo dos atletas – e junior varsity, onde jogam os novatos e escondem-se os cabeças de bagre. Assistimos um pouco do jogo da primeira divisão, mais viril. O problema era o vento, que fustigava nossas cabeças, inclemente. Cássia implorava para que voltássemos para o carro. Só quando uma raquetada abriu o supercílio de um moleque, saciei minha sede de sangue e topei ir embora.
Antes de partir, visitamos a tal capela com ares de catedral. O tamanho interno e a austeridade decepcionaram ante a suntuosidade do seu exterior. Para quem está acostumado com a riqueza dos adereços nas igrejas católicas, as protestantes parecem tribunal de juri. Nas paredes de pedras, estavam inscritos os nomes dos mestres passados e dos que fizeram generosas contribuições. Os que, como dizia Led Zepellin, compraram sua Stairway to Heaven. E, sobre a pesada porta de madeira, uma frase sintetizava o ethos americano: Ora et Labora.
A tal torre era de uma capela episcopal, que por sua vez pertence à uma escola particular. St. George é um colégio interno para os ricos e famosos, do tipo em que os alunos usam paletó e gravata. O ensino até que é esmerado, as turmas são de no máximo 12 alunos (portanto, nada de turma do fundão!) e as aulas são ministradas usando o método Harkness, que estimula as discussões entre alunos e professores. Mas a escola é famosa pelo sítio onde está instalada: 123 acres de gramado impecavelmente verde com vista para três praias e praticamente toda a baía de Sachuest. Pela bagatela de quarenta mil dólares anuais você pode mandar seu pimpolho para lá.
Entramos na escola sem nenhuma identificação. Era dia de jogo, muitos pais estavam nas torcidas, facilitando nossa invasão. Os alunos estavam espalhados por todo campus, engajados em diferentes esportes. Nas aulas de educação física da minha infância jogávamos apenas futebol, basquete, vôlei. O mais próximo que chegávamos do atletismo era brincando de pique, no recreio. Em St. Georges a petizada joga beisebol, hóquei, lança dardo, martelo, salto em altura - com e sem vara! -, correm com obstáculos e o que mais puder gerar medalhas olímpicas algum dia.
A atração do dia eram as partidas intercolegiais de lacrosse, um esporte que lembra o handebol, mas que a bola, pequena, é lançada por meio de um bastão com uma rede na ponta. Muito popular por conta do alto grau de truculência, bastante contato físico e inevitáveis raquetadas desferidas na cabeça do adversário. Para os americanos, quanto mais romano o esporte, melhor. Eram dois jogos simultâneos, o da equipe varsity – com o supra sumo dos atletas – e junior varsity, onde jogam os novatos e escondem-se os cabeças de bagre. Assistimos um pouco do jogo da primeira divisão, mais viril. O problema era o vento, que fustigava nossas cabeças, inclemente. Cássia implorava para que voltássemos para o carro. Só quando uma raquetada abriu o supercílio de um moleque, saciei minha sede de sangue e topei ir embora.
Antes de partir, visitamos a tal capela com ares de catedral. O tamanho interno e a austeridade decepcionaram ante a suntuosidade do seu exterior. Para quem está acostumado com a riqueza dos adereços nas igrejas católicas, as protestantes parecem tribunal de juri. Nas paredes de pedras, estavam inscritos os nomes dos mestres passados e dos que fizeram generosas contribuições. Os que, como dizia Led Zepellin, compraram sua Stairway to Heaven. E, sobre a pesada porta de madeira, uma frase sintetizava o ethos americano: Ora et Labora.
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